Fundação
Longe vão os dias em que os portugueses se juntavam ao ar livre
para conviverem uns com os outros. Quando o tempo não ajudava reuniam-se
no café "Trompete".
Um dia os Srs. Augusto Brás Duarte, António Batista Pereira,
António P. Reis Covita, e as suas respectivas esposas, quando estavam
numa esplanada bebendo qualquer coisa, tiveram a ideia de organizar um
jantar de convivio num hotel de Neuss, a qual aderiram vinte e um casais
ou seja quarenta e cinco pessoas que vinham todas de S. Jorge da Beira.
O Sr. Cesar Augusto Gavinhos teve nesse jantar a ideia de formar uma associação.
Assim nascia a futura A.P.S. e.V. o dia 13 de Maio 1978.
As primeiras reuiniões eram na cervejaria "Tompete",
sendo a primeira reunião no dia 27 de Maio 1978.
A primeira direcção foi eleita por votação,
em reunião no dia 17 de Junho de 1978 ficando assim constituida:
- Presidente - Pedro Batista Dias
- V. Presidente - Augusto Brás Duarte
- Tesoureiro - António Batista Pereira
- V. Tesoureiro - Alfredo Alves José
- Secretário - António Ramos Antunes
- V. Secretário - José Pinto do Nascimento
- C. Fiscal - António P. Reis Covita e Fernando Silva Alves
Foi nesta reunião que nasceu o nome Associação Portuguesa
Sanjorgense.
No dia 21 de Outubro de 1978 foi elaborada a próxima Assembleia
Geral onde se nomeou a "Assembleia" sendo esta constituida pelos
Srs. Joaquim Genro e Hans Erkelenz.
No começo a APS contava aproximadamente com setenta sócios.
Para que as coisas correcem bem, foram feitos os estatutos. Estes baseavam-se
nas normas oficiais, prestadas pelo Consulado Geral de Portugal em Düsseldorf.
As primeiras verbas vinham do bolso dos organizadores, ou seja dos fundadores.
A APS também teve ajudas da empresa "Koppers" e da cervejaria
"Trompete".
Mais tarde foi estipulada a cota mensal de 3DM.
A benção da Bandeira
No dia 17 de Junho de 1981 foi benzida a bandeira da APS, sendo a madrinha
a Sra. Maria de Jesus, mais conhecida por "Ti Gita".
Neste dia foi realizada uma missa campal no hospital desta freguesia que
teve a participação de uma Banda Filarmónica percorrendo
depois algumas ruas de Heerdt terminando numa festa não faltando
um grupo de folcolore.

Inauguração da Bunker
No dia 17 de Junho de 1983 foi inaugurada a primeira seda de APS. A sede
era num refúgio da 2. Guerra Mundial, mais conhecida por "Bunker".
A nova sala
A APS durante 10 anos teve como sua sede um "Bunker" da segunda
Guerra Mundial que segundo os vestigios teria sido um hospital.
Hoje goza de excelentes instalações graças ao empenho
da direcção e de todos os sócios que se disponibilizaram
gratuitamente na renovação que durou cerca de um ano e meio.
Uma referência inesquecivel para esta colectividade pela sua postura,
dinâmica e empenho pessoal a quando destas obras foi sem dúvida
a figura e pessoa do presidente honorário a titulo póstumo
João M.C. Viana de Castro falecido a 17.01.1994. A renovação
da actual sala da nossa colectividade tem a marca de todos os sócios
que contribuiram de várias maneiras para que quando da sua inauguração
fosse uma referência para todos. Mas, se não fosse a vontade,
o querer e a determinação do João Viana ela a "Associação"
não seria pela certeza o espelho que era no dia da inauguração.

Por certo, que se sabe que a firma Dyko foi o essencial para isso, um
agradecimento talvez aos portugueses que por esta firma já passaram,
e aos que ainda nela permanecem. Um agradecimento especial também
ao senhor Troisch, ao senhor Wächter e ao senhor Kremer.
Festa do 25° Aniversário
Em Maio de 2003 a Associação Portuguesa Sanjorgense festejou
ou seu 25° Aniversário. Marcaram presença várias
pessoas conhecidas, como por exemplo o Presidente da Câmara Municipal
da Covilhã Sr. Carlos Pinto e o Vareador da Câmara de Düsseldorf.
De Portugal veio um Autocarro cheio de gentes da nossa linda terra S.
Jorge da Beira. A Banda Filarmónica veio actuar com a da nossa
colectividade, e também vieram algumas pessoas para reconstruir
o Rancho que já existiu em S. Jorge da Beira.
A festa foi um exito, tendo tido muitos visitantes, e teve reconhecimento
em alguns jornais alemães (Westdeutschezeitung) assim como no Jornal
do Fundão.
Em Düsseldorf
Bodas de Prata Sanjorgenses
Por Adelaide Vilela
Foi dia de festa na Alemanha... Foi fácil perceber. Os sanjorgenses
de Dusseldorf, os da linda aldeia da serra e um grande grupo de amigos
invadiram (no bom sentido da palavra), a tenda gigante que o presidente
da Associação Sanjorgense, Fernando Genro, alugou para os
festejos do vigésimo quinto aniversário da associação
das gentes de S.Jorge da Beira a residirem em Dusseldorf. Foi uma invasão
de amor misturada com uma magia especial que o reencontro levou a cada
um dos que reside naquele país de acolhimento, na Alemanha. Foi
uma alegria poder matar tanta saudade.
A colectividade sanjorgense realizou uma festa maravilhosa com actividades
de interesse comum, as quais agradaram a associados, amigos e ainda aos
visitantes do momento.
A Câmara da Municipal da Covilhã, para além de ter
participado no evento, patrocinou a viagem dos Sanjorgenses que se deslocaram
a Alemanha. Para que não haja dúvida, no que diz respeito
à minha ida à festa, as despesas correram todas por minha
conta.
O Sr. Presidente Carlos Pinto merece ser louvado por tal iniciativa. Foi
dado um grande passo para que as tradições das gentes de
S. Jorge se mantenham vivas naquele canto do mundo. São encontros
desta natureza que aproximam das raízes estes nossos portugueses
profundamente ligados às terras que os viram nascer.
O jornal do Fundão também presentou os sanjorgenses com
a bonita reportagem que escreveu. Esteve presente o Jornalista Romão
Vieira assistindo a todos os festejos banhados de prata fina. Foi tão
fina a festa dos sanjorgenses em Dusseldorf que até entidades oficiais
alemães quiseram dar a cara participando activamente nos festejos.
Que festa! Estavam em maré de bodas de prata...! Que bom ver chegar
as visitas de longe. Foi assim: tempo de partilha, de amor de amizade
e de solidariedade.
A Banda Filarmónia de S. Jorge da Beira que se deslocou à
Alemanha brindou todos os presentes e encantou o coração
da autora destas linha. Uma vez mais a nossa Banda me fez voltar aos meus
tempos de criança para que nela fizesse uma viagem de sonho, assim
aconteceu. Não posso neste curto espaço de tempo destacar
tudo o que vi e ouvi mas reservo algumas linhas para felicitar e enaltecer
a segunda Banda sanjorgense criada na Alemanha pelo povo de S. Jorge.
Belíssimo trabalho. Parabéns! Desejo que as nossas músicas
regionais sejam para sempre, para as Filarmónicas, a referência,
como fonte de inspiração, para os vossos concertos em Portugal
ou em qualquer parte do mundo.
Saúdo com prazer e admiração o grupo de jovens que
participou na festa nomeadamente os Vadios da Noite por terem dado luz
e brilho à festa Sanjorgense. O Hermínio Lameiras, excelente
anfitrião e a filha Paula, como tradutora, foram um dos pares magníficos
da noite. Bom Trabalho. Ao rancho sanjorgense organizado e ensaiado, para
o momento da festa, com tanta ternura e carinho, vai aquele abraço
de gratidão.
O mesmo abraço vai para a Junta de Freguesia de S. Jorge da Beira
que também ali esteve dignamente representada pelo José
Romão e alguns dos seus membros.
Para terminar este apontamento há ainda a registar a bela animação
de todos os que deram do seu melhor para que a festa fosse um éxito.
Vale a pena pedir-lhes que continuem com estas reuniões de raiz,
quer porque a amizade entre as pessoas se produz em consonância
com as boas relações, quer porque todos os bons momentos
são encantamentos gravados na memória dos mais novos. Quem
sabe se eles não serão um dia representantes de Portugal
no mundo?!
Muitos parabéns a todos!

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