Caros conterrâneos tenho acompanhado a página de Cebola lendo com atenção e desfrutando com carinho e prazer tanto os vossos comentários como as vossas opiniões, diversas. E deixa-me dizer-vos que há pessoas que escrevem com pluma de ouro! Sinceros parabéns.
Por abono da verdade não tenho participado muito, em termos práticos. Entendam, estou de viagem há 5 semanas. Depois, fiquei doente num país que me acolheu, para uma conferencia e um Mega Encontro de escritores e artistas, e logo tive que ser operada. Em breve estarei de regresso e voltaremos ao labor e ao nosso convívio salutar.
Acima escrevi: em memória do ti' Ari, e se assim o escrevi melhor o pensei rendendo homenagem a todos os Regedores, ou, nos dias de hoje, a todos os presidentes da Junta de freguesia. Mas há um, dos de agora, em particular, que quero aqui destacar, o Sr. José Pacheco, o Zé Romão, por ter acreditado nos meus dotes como escritora e empresária. Para além de me ter organizado, em S. Jorge, um lançamento de livro, promovendo a arte e a cultura, permitiu que eu levasse a S. Jorge da Beira uma artista com a qual trabalhava na altura. A Mirena cantou e encantou: quem não se lembra dela? A este grande obreiro, na sua Terra, o meu muito obrigada pela confiança e encorajamento.
Espero que o actual presidente da Junta se lembre de promover os talentos do nosso Berço natal, só assim crescemos ao fazer valer quem temos, quem somos e o que conseguimos nas sociedades de hoje.
No que respeita ao nosso querido ti' Ari deixo-os com “água na boca”. Sabiam que ele nasceu em Vancouver, no Canadá por volta da primeira Guerra Mundial? O verdadeiro nome dele era Ary Star e não Eurico Estrela Pereira, como reza no segundo registro feito já em Cebola, tinha o menino 5 anos. O pai dele emigrou para terras Canadianas um pouco antes da primeira guerra destruidora que viria a deixar Portugal e o resto da Europa de rastos – pobre e quase sem recursos de sobrevivência.
Tenho todos os documentos referentes ao nascimento do Ti' Ari. De facto este senhor que eu admirava tanto, e que viveu um montão de anos, foi uma estrela na terra. Era um homem simples, educado e muito bem ensinado. Talvez muitos não se tenham dado conta mas ele dominava razoavelmente o inglês. Três anos antes da sua morte concedeu-me uma entrevista para que eu pudesse terminar um trabalho de pesquisa, em colaboração com o Dr. Carlos Teixeira, docente de uma universidade de Vancouver. Ainda hoje recordo o nosso Ti' Ari com muita saudade. Claro, também me lembro da ti' Maria José, quanto carinho dedicava a todos aquela bondosa criatura. Que Deus os tenha no lugar mais lindo do paraíso.
Vivi pouquíssimos anos em S. Jorge, por isso peço desculpa se cometo algum erro no que respeita aos Regedores. Todavia, ocorreu-me fazer uma pergunta: O ti' Ari também foi Regedor, não?!
Logo que possa voltarei com a bonita historia de vida do Ary Star – uma estrela verdadeira em S. Jorge da beira.
Um abraço.