Contou-me minha avó, “que Deus tem”, uma história.
Uma história que caminha de memória em memória
Cada vez que alguém pergunta:
“Como principiaram as Minas?”
Talvez da escuridão que espreita por baixo do capim e da grama dos chãs
dos lugares de Fontaínhas, Vale de Ermida, Fontes Casinhas e Courelas.
Galerias baixinhas e compridas com múltiplas ramificações
apenas amparadas com pedras.
Os mais curiosos atreveram-se a entrar presos por um cordel.
Mas…
Nunca se chegou a penetrar em toda a sua profundidade.
Ficaram apenas suposições:
“Terão sido os Mouros?!”
Os montículos de volfrâmio encontrados
revelam que os exploradores apenas procuravam estanho:
“Quando se lavrava uma das leiras das “Courelas”, um dos bois que puxava o arado atolou num grande buraco onde estava um desses potes quase meio de carvão e de escumalha de estanho derretido.”
Dizem as gentes de Cebola que este carvão era ouro e que por ser encontrado, se transformava em carvão.
A comprovar a passagem dos Mouros algumas moedas encontradas na região…
Terão sido os Mouros que escavaram aquelas grutas?
História ou não…
É a ideia que morre com a memória dos nossos avós…