Meu pai e minha mãe eram pobres, mas leais. Trabalhavam de dia e comiam à noite, na paz do Senhor.
A minha mãe teve sete filhos, morreram cinco. Depois apareci eu.
Minha mãe colocava-me dentro de um cesto e ponha-o em cima da sua cabeça. Eu chorava com o frio e minha mãe cantava para eu me acalmar, mas o frio era muito.
Eu lá fui crescendo. Passei muita fome. Mas, depois da morte dos meus avós, nós ficámos com muitas terras, daí termos muito milho e azeite.Com seis anos comecei a guardar as cabras e as ovelhas.
Aos dezassete anos, a minha querida mãe morreu. Entretanto, o meu pai aos 65 anos casou com uma mulher de 35. Desse casamento surgiram 5 filhos. Eles a partir dos 5 anos saíram de casa, foram para trás de serra
trabalhar. Eu pensei que o melhor seria casar-me. Apareceu-me um rapaz. Meu pai tanto me chateou, até que um dia irritada, cheguei a casa despejei o cântaro da água e fui para a ponte. Lá encontrei a irmã do tal rapaz e pedi-lhe que
ela lhe fosse dizer para ele se apresentar o quanto antes em minha casa. Fui para casa e ele, pouco tempo depois apareceu lá. Deu a salvação ao meu pai e fez o pedido. O meu pai aceitou o namoro. Eu não abri a boca. Depois do pedido o meu pai disse-lhe que não o queria lá em casa quando eu lá estivesse sozinha e que nem experimentasse ir ter comigo a alguma fazenda.
Para além destas recomendações, mandou-nos ir arranjar os papéis para o casamento. Assim foi. Passado um mês casamo-nos.