Curiosidades contadas pela tia M ª Benta
Havia uma mulher chamada “Ti Rosa da barriga grande”.
Esta mulher vendia fruta na praça da Panasqueira. Os anos passaram e a
mulher continuava com uma barriga enorme, como se estivesse prenha.
Por volta dos seus 77 anos foi internada num hospital. Lá fizeram-lhe uma
operação e da barriga tiraram-lhe um bicho com três cabeças.
O bicho teve de ser morto através de muitos tiros e a mulher nunca mais se
soube nada dela.
A Morte
Antigamente, quando morria alguém as mulheres não lavavam a casa durante três semanas (durante o tempo dos acompanhamentos), e os homens não faziam a barba, também enquanto os acompanhamentos durassem.
Um pouco da minha vida...
Fiquei viúva aos 21 anos. Deste modo, trouxe uma mantilha durante 4 anos.
Para além disso, na lavoura não tirava o xaile da cabeça. Como o meu homem era “sortejado”, herdei metade da sua fazenda. Deste casamento tive uma menina, mas morreu com 4 meses.
Voltei a casar-me. Deste segundo casamento tive 8 filhos. Infelizmente, já torno a estar viúva há 30 anos.
Os “Salti-Pilha”
Eu era uma mulher muito resistente e valente, nunca deixei tomar as bacias do mineral aos guardas. Quando os via a chegar, puxava a saia para os joelhos e corria que nem uma galga. Depois vendia o minério a alguns homens de cá da terra.
Curiosidade…
Antigamente, mais ou menos nos anos 60, quando havia casamentos, era uso os pais dos noivos darem às crianças, que se dirigiam às suas portas, uma fatia de broa com arroz de fressura.
Mais tarde, em vez de arroz de fressura, passaram a dar-lhes rebuçados. Depois de celebrada a missa, o padre acompanhava os noivos à porta de casa dos pais da noiva, pois era lá que se comia o almoço. Quando ele (o padre) lá chegava o noivo dizia-lhe “ muito obrigado ao Senhor Prior e a todos os que me vieram acompanhar. Os convidados façam favor de entrar. Quem não é convidado, se quiser beber um copo faça o favor de esperar.